terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Retiro o que disse quanto ao post anterior. Nunca comi uma pitanga, e sinceramente, não acho que seja um fruto muito saboroso. Não me julgue dissimulada, aliás, não me julgue nada. Há vezes que eu nem sei porque faço certas coisas. Quando eu vejo, eu já disse, mas se disse foi porque eu realmente senti, e senti mesmo, não minto sobre meus sentimentos, mas eles mudam muito, como um camaleão, parece uma proteção, ou pode ser que eu nunca realmente tenha sabido o que são certas coisas, tem-se parâmetros pra isso? Pode ser que eu nunca tenha realmente amado alguém, pode ser que eu tenha inventado tudo. Pode ser que as coisas foram tão mais simples, e eu, com minha criatividade e necessidade de sentir certas explosões dentro de mim, posso ter criado tudo. E que culpa ela teria agora? Culpa alguma(!). A culpa às vezes não existe. Pelo menos eu acreditei nessa teoria quando eu a conheci, certamente porque me convém, e também ao intermediador.




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Soneto da separação
de Vinícius de Moraes

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto.

De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama.

De repente, não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente.

Fez-se do amigo próximo o distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente.

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